Lição 1

A APOSTASIA NO REINO DE ISRAEL

06 de janeiro de 2013

Assunto: A apostasia no reino de Israel

Tema: A apostasia no meio do povo de Deus

Palavra Chave: Apostasia - Abandono ou deserção da fé 


Texto Aureo:

E sucedeu que (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão,

filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal,

rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou  (1 Reis 16.31).

 

Verdade Prática:

A apostasia na história do povo de Deus é um perigo real

e não uma mera abstração. Por isso, vigiemos.

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Objetivo desta Lição:

1º) Esta lição tem por objetivo, apontar para os cristãos as causas da apostasia que levou Israel ao fracasso, ao ponto de sobrevir sobre a nação israelita, uma escassês de chuva durante três anos e seis meses;

2º) Mostrar Para a Igreja atual, quais os perigos da apostasia, e identificar os tipos de apostasia existentes atualmente. E ainda apontar as consequências sobre os que apostatarem de sua fé, de sua igreja, de sua família e de sua comunidade.

3º) Este estudo veio para mostrar que não devemos ser guiados pelos sentimentos dos que estão a nossa volta, ainda que estes seja a maioria. Nos dias de Elias e Eliseu, o povo em sua grande maioria estavam desviando a sua atenção para muitas outras coisas e muitos outros deuses, ou seja, este estudo veio para nos colocar de pé firme no caminho da verdade e com os nossos olhos voltados para o alvo que é Jesus.

É importante conhecermos cronológicamente os reis de Israel 

Depois que morreu o rei Salomão (priemro rei de Israel), houve a divisão das tribos de israel em dois reinos, a parte superior foi chamado de reino do norte e a parte inferior foi chamado de reino do sul.

Observe a seguir o mapa das tribos de Israel nos dias do rei Salomão (Mapa1) e as divisões em reinos do Norte e do Sul (Mapa 2), e a seguir veja uma lista em ordem cronológica de todos os reis que reinaram no reino do Nortre após a divisão.

É notável que o reinado de Salomão deixou grandes prejuízos ao povo de Israel de tal modo que veio a ser dividido em dois reinos, tiveram parte das terras de Manassés tomadas pelos amonitas.

O Rei Acabe foi o sétimo a reinar no reino do Norte, na sucessão de Jeroboão filho de Salomão.

Acabe Reinou 22 anos no reino do Norte, tendo sido um grande líder, para o povo, todavia, não conseguiu dominar sua própria casa, devido a uma união matrimonial realizada fora da vontade de Deus. Era de se esperar que um casamento misto (união entre um filho de Deus com uma filha de belial) como como foi o de Acabe, viesse a trazer-lo cativo pelas forças do mal, e foi conduzido a doração de um deus estranho ao povo de Israel. Acabe tomou por mulher a Jezabel filha de Etbaal, rei dos sidônios (I Rs 16.31).

Acabe trouxe sobre seu povo e sobre toda a sua casa terríveis consequências. Deus levantou de entre o povo um profeta cujo nome era Elias, para enfrentar Acabe frente a frente. E disse Elias a Acabe: "Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra(I Rs 17.1). 

 

Divisão das tribosReino do Sul e do norte

Mapa 1                                                                                                        Mapa 2


Reis de Israel


INTRODUÇÃO

 

É importante que o verdadeiro cristão saiba distinguir a presença de uma apostasia no meio da igreja de Deus; Veremos no texto desta lição, no capítulo III, que o conceito de apostasia é o abando da verdadeira fé em Deus". Todavia Apostasia (em grego antigo απόστασις [apóstasis], "estar longe de") não se refere (exclusivamente) a um mero desvio ou um afastamento em relação à sua fé e à prática religiosa. Mas Tem o sentido de um afastamento definitivo e deliberado de alguma coisa, uma renúncia de sua anterior fé ou doutrinação.

Vejamos ainda um outro aspecto da apostasia nos dias atuais:

"Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos, que  Deus criou para serem recebidos, com ação de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido, com ação de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração é santificado"  (I Timóteo 4.1-5).


I.  AS CAUSAS DA APOSTASIA

 

1.1. Casamento misto

O texto bíblico póe o casamento misto de Acabe com Jezabel, filha de Etbaal rei dos sidônios, como uma das causas da apostasia no reino do Norte.O relato bíblico destaca que acabe "tomou por mulher a Jezabel, filha de etbaal, rei dos e foi e serviu a baal, e o adorou" (I Rs 16.31).Foi em decorrência desse casamento pagão que a idolatria entrou com força em Israel. Embora se fale de um casamento político, as consequências dele foram na vedade espirituais. A mistura sempre foi um perigo constante na história do povo de Deus.Os crentes devem tomar todo o cuidado para evitar as iniões mistas. A escritura, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, condena esse tipo de união (Dt 7.3; II Co 6.14,15). 

Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos (Dt 7.3); Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? (II Co 6.14); E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?  (II Co 6.15);  E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo (II Co 6.16).

Para que um processo de apostasia (gr. apostásis, afastamento, abandono premeditado e consciente da fé cristã) alcance níveis ou proporções gigantescas, uma série de fatos se sucede. Os grandes desastres, calamidades, tragédias e quedas se iniciam com “pequenas” concessões, acomodações e descuidos na vida espiritual, que acabam com o passar do tempo se manifestando na vida moral de pessoas, comunidades e povos. Na base destas concessões, acomodações e descuidos está o afastamento da leitura e estudo das Escrituras, e a falta de regularidade na prática da oração. A história de Israel, da igreja e da vida pessoal dos filhos de Deus nos prova isso.

O contexto histórico onde Elias e Eliseu atuaram vivia as calamidades resultantes de anos de negligência e distanciamento de Deus e da sua Palavra (Escrituras e intervenções proféticas), alcançando uma condição deplorável e sem antecedentes (1 Rs 16.30-33). Havia uma crise sem igual instaurada, e que diante do alto nível de apostasia alcançado, já tinha conseguido entorpecer a consciência de reis, sacerdotes, profetas e da grande maioria do povo.

1.2. Institucionalização da idolatriaA união de Acabe com Jezabel demonstrou logo ser desastrosa, pois através de sua influência, Acabe "levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria" (I Rs 16.32). A institucionalização da idolatria em Israel fica evidente quando o autor sagrado destaca que também Acabe "fez um poste ídolo de maneira que cometeu mais abominações para irritar ao Senhor, Deus de Israel, do que todos os reis de ISrael que foram antes dele" (I Rs 16.33). Não há dúvida de que o culto a Baal estava suplantando o verdadeiro culto a Deus. Havia uma idolatria financiada pelo Estado.Vez por outra temos visto Satanás tentando se valer do poder estatal para financiar práticas que são contrárias aos princípios cristãos. Por isso devemos orar pela nação para que ela seja um canal de Bênção e não de maldição.

“Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são.”  (I Sm 12.20,21). A idolatria consiste em adorar qualquer coisa como se fosse ao próprio Deus, por exemplo: Devotar uma honra a alguém por alguma coisa recebida de Deus; Cultuar a alguém como se fosse a Deus; seja um cantor, uma imagem, um monumento, a si mesmo, etc...

A idolatria é um pecado que o povo de Deus, através da sua história no AT, cometia repetidamente. O primeiro caso registrado ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4).

O primeiro caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no monte Sinai (Êx 32.1-6).

Durante o período dos juízes, o povo de Deus freqüentemente se voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi marcado por frequente idolatria em Israel (1Rs 11.1-10).

Na história do reino dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como muitos dos reis do Reino do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que cessou o culto idólatra entre os judeus 587-538 a.C..

II.  OS EFEITOS DA APOSTASIA

2.1. AcabeOnri, pai de Acabe e rei de Israel, que reinou entre os anos 885 e 874 a.C., foi um grande administrador, tanto na política interna como na externa de Israel. Mas foi um desastre como líder espiritual do povo de Deus. (I Rs 16.25,26). O pecado de Acabe foi andar nos caminhos idólatras de seu pai, que foi um seguidor de Jeroboão, filho de Nebate (I Rs 16.26) e também ter aderido aos mais constumes dos cananeus, trazidos por sua esposa, Jezabel (I Rs 16.31). Este fato fez com que acabe se tornasse um instrumento muito eficaz na propagação do culto idólatra a Baal. devemos ser imitador daquilo que é bom e não daquilo que é mau.2.2. JezabelDe acordo com o relato de I Rs 18.19 Jezabel trouxe para Israel seus deuses falsos e também seus falos profetas. Teve uma verdadeira obtinação na implantação da adoração a Baal em território israelita, foi sem dúvida alguma, uma agente do mal na atentativa de suprimir ou acabar de vez com o verdadeiro culto a Deus. Não fosse a intervenção do Senhor através dos profetas, em especial Elias, ela teria comseguido o seu intento. O Senhor sempre conta com alguém a quem ele levanta em tempo de crise.


Os efeitos da apostasia nos dias de Elias e Eliseu se manifestaram de forma concreta em diversas áreas da vida nacional e pessoal em Israel.

O distanciamento de Deus e de sua Palavra fez com que Acabe, que na condição de líder da nação deveria ser exemplo para que a mesma, andasse nos pecados de Jeroboão (v.31). Jeroboão, filho de Nebate, efraimita de Zereda, e cuja mãe era mulher viúva, ocupou o lugar que o Senhor lhe tinha reservado. O Senhor tinha lhe dito o seguinte:

Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel”. (1 Rs 11.38, ARA)

Para manter-se na condição de rei, e contar com a contínua bênção de Deus, Jeroboão só precisava obedecer aos mandamentos e estatutos do Senhor, e seguir as suas orientações.

Um fato, porém, começou a preocupar e a intrigar Jeroboão. Uma vez que a Casa do Senhor, lugar de adoração, se encontrava em Jerusalém, e que esta estava sob o governo de Roboão, pensou o seguinte:

Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do Senhor, em Jerusalém, o coração dele se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá; e me matarão e tornarão a ele, ao rei de Judá.” (1 Rs 12.27)

Observe que o pensamento racional de Jeroboão colocava em dúvida a palavra e a fidelidade daquele que lhe escolhera, que lhe estabelecera na condição de rei, e que lhe fizera promessas de estabilidade, o Senhor. Jeroboão passou a entender que a sua permanência no governo dependia primeiramente (e talvez exclusivamente) do estado do coração do povo, e não da soberana vontade de Deus. Dessa forma, precisaria dar um “jeito” de impedir tal coisa. Em sua loucura, em vez de cair de joelhos diante do Senhor, confessando a sua incredulidade e pedindo-lhe uma direção, buscou conselhos com quem não tinha condições de sabiamente lhe orientar (1 Rs 12.28).

A conduta de Jeroboão e Acabe é um claro retrato de situações que são vivenciadas nos dias atuais, onde líderes, diante do medo de serem removidos dos lugares que Deus os colocou (partindo deste pressuposto), agem de acordo com as suas racionalizações, e passam a seguir as orientações de conselheiros em pior situação espiritual que a deles. Em vez de confiarem em Deus, e de buscar a direção do altíssimo, buscam um caminho alternativo. Neste caminho alternativo, seguem a lógica maquiavélica de que os fins justificam os meios quando a posição do “príncipe” é aparentemente ameaçada.

 

 III. AS CONSEQUENCIA DA APOSTASIA

3.1. A perda da Identidade nacional e espiritual.

As palavras de Elias: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos?" (I Rs 18.21), revela a crise de identidade dos israelitas do reino do norte. A adoração a Baal havia sido fomentada com tanta força pela casa real que o povo estava totalment dividido em  sua adoração. Quem deveria ser adorado, Baal ou o Senhor? Sabemos pelo relato bíblico que Deus havia preservado alguns verdadeiros adoradores, mas a grande massa estava totalmente propensa à adoração falsa. A nação que sempre fora identicada pelo nome do Deus a quem servia, estava agora perdendo essa identidade.

3.2. O julgamento divino

É nesse cenário que aparece a figura do profeta Elias predizendo uma seca que duraria cerca de três anos (I Rs 17.1; 18.1). A fim de que a nação não viesse a perder de vez a sua identidade espiritual